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Coluna Rock Play por Eduardo Lima ( O UNDERGROUND E O MAINSTREAM NO ROCK )
02/09/2020 20:57 em Coluna ROCK PLAY

O UNDERGROUND E O MAINSTREAM NO ROCK

 

O Rock é um estilo musical que desde seu início na década de 1950 possui o status de explosivo, (in)coerente com a sociabilidade, com atitudes jovens e até bobas e, de uma forma geral, sempre sendo uma trilha sonora da inconsequência.

Mas este mesmo Rock não pode ser classificado unicamente como um “som underground”. Todos os grandes nomes deste estilo musical se tornaram símbolos atemporais e exemplos de sucesso e muitas vendas.

Entretanto, mesmo que o Rock seja muito mais mainstream do que underground em sua existência, é com uma essência estritamente underground em sua cultura de personalidade que esta música explode composições “simples” sobre a vida, seus vícios, seus costumes e toda uma gana por paixões amorosas sobre tudo que é interessante ou não.

Há uma infinidade de bandas que podem servir como exemplo. Rolling Stones, por exemplo, é uma banda que possui vários álbuns clássicos e surpreendentes. E, claro, que fizeram muito sucesso e com muitas vendas. The Rolling Stones (1964), Out Of Our Heads (1965), Aftermath (1966), Their Satanic Majesties Request (1967), Beggars Banquet (1968), Let It Bleed (1969), Sticky Fingers (1971) e Exile On Main St. (1972) são alguns dos melhores trabalhos de Mick Jagger e Keith Richards, mas há na discografia desta gigantesca banda trabalhos undergrounds pouco ouvido por fãs desavisados ou mesmo nunca tocados em FMs especializadas em Rock. É o caso de canções como “Down In The Hole” do álbum Emotional Rescue (1980) ou a canção “Anyway You Look At It”, Lado B do single “Saint Of Me” do álbum Bridges To Babylon (1997); duas canções excepcionais que podem ser consideradas undergrounds numa das bandas mais famosas do mainstream do Rock.

Agora, um dos exemplos para se entender melhor o mainstream e o underground do Rock, além de suas existências paradoxais, é a banda 4 Non Blondes. Surgida no ano de 1989 em São Francisco, Califórnia, e simbolizada pela grandiosíssima cantora Linda Perry, seu single “What’s Up?” do álbum Bigger, Better, Faster, More! (1992) se tornou um estouro, marcando as melhores posições na Billboard nos EUA e pelo mundo afora.

Contudo, o único álbum da banda 4 Non Blondes, Bigger, Better, Faster, More!, é uma bela e pequena (e até esquecida!) enciclopédia de música alternativa ao estilo Rock! São 11 canções se alternando entre Hard Rock e Rock Alternativo, marcadas, principalmente, pela guitarra de Roger Rocha e pela poderosa voz de Linda Perry. E este álbum é um exemplo perfeito de como 10 canções são magistrais, undergrounds, mas que são renegadas pela história por causa do sucesso gigantesco do single “What’s Up?”. A elegância de “Train”, a bluseira “Pleasantly Blue”, a depressiva “Morphine & Chocolate”, a espetacular “Spaceman” e a possessa “Dear Mr. President” são algumas das canções que fazem do álbum Bigger, Better, Faster, More! uma obra sensacional que deveria ser ouvida tanto quando seu grande single “What’s Up?”.

Ou seja, há na história do Rock o paradoxal encontro do mainstream com o underground, e tudo num magnífico enlace diante da voz de Linda Perry, talvez uma das maiores vocalistas da década de 1990, mas que seguiu com sua carreira solo não conseguindo o mesmo nível de 4 Non Blondes. Ouça 4 Non Blonde e faça parte da diferença também!

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