
O ROCK É DE ESQUERDA OU DE DIREITA?
Recentemente, o Brasil e várias outras nações vivem um clima de dicotomia que se instalou como parâmetro cultural e político. Aqui, desde que o PT entrou no governo em 2003, há uma diferenciação de pessoas como “de esquerda ou de direita”.
Sim, há essa divisão percorrendo as brisas mentais de praticamente todos os brasileiros; ou pelo menos a maioria deles. De uma forma geral, a grande maioria das pessoas pouco sabem o que significa os termos “esquerda” ou “direita” e muito menos entendem realmente o que significa a palavra “política”. E isso faz uma grande diferença nos discursos...
Mas esta coluna se apresenta justamente para tentar responder a pergunta ai de cima do título: o Rock é de esquerda ou de direita?
Há na história do Rock um certo ar de revolta, de crítica e rebeldia que se assemelham ao que o pensamento “de esquerda” propõe. Mas há também nesta mesma história do Rock muitos exemplos nítidos de pensamentos e atitudes da dita “direita”. E para ficar em dois exemplos, vejamos:
• O Rock da década de 1960, principalmente o movimento Flower Power, um simbólico slogan do movimento hippie nas décadas de 1960 e 1970, foi um movimento de não-violência e com uma crítica pesada contra a Guerra do Vietnã (1955-1975);
• Já o Rock da década de 1980, principalmente o movimento Hair Metal, foi um reconhecidíssimo estilo do Rock que perpetuava a aparência e uma pseudorrebeldia condicionados em símbolos de consumos extravagantes (bebidas e mulheres, principalmente!).
É fácil observar críticas excelentes de grandes bandas como The Doors, Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd ou Black Sabbath contra guerras, contra o Capitalismo, contra o ego, contra o nazismo e etc. E, claro, há na gênese do Rock o contrário como estética; o próprio Punk nasceu como crítica política, social, cultural e musical.
Contudo, o Heavy Metal é um exemplo dúbio: muitas vezes, crítico, já outras, extremamente desarticulado de qualquer entendimento social (vide as histórias medievais que nada tratam de sociabilidade).
Agora tentando responder diretamente à questão desta coluna, o Rock é um subproduto da rebeldia jovem de várias décadas desde 1950 e está mais próximo do que se convém chamar de “esquerda”, mas nunca como uma afirmação lógica deste “lado” político.
O Rock tem suas afirmações de esquerda, mas nunca deixou de ser, também, um produto de consumo do Capitalismo por excelência. E o que você deve sempre ter consigo é que fazer música, fazer arte ou simplesmente compor uma canção ao estilo Rock é gritar pela liberdade acima de tudo. Isso é Rock!